Timoshenko: Rússia "declarou guerra" com ações na Crimeia
A ex-primeira-ministra, sentenciada em 2011 a sete anos de prisão por "abuso de poder", publicou hoje uma mensagem de vídeo na sua página oficial: "[O Presidente russo] Vladimir Putin está perfeitamente consciente de que, ao declarar guerra [à Ucrânia], está também a declarar guerra aos garantes da nossa segurança, os Estados Unidos e o Reino Unido."
De acordo com um memorando assinado em 1994, Washington e Londres concordaram em garantir a segurança da Ucrânia, em troca da entrega das armas nucleares na posse de Kiev.
O comentário de Timochenko coincidiu com a visita a Kiev do chefe da diplomacia britânica, William Hague, que já alertou Moscovo para os custos das operações em curso na Crimeia, onde está localizada a frota russa do Mar Negro.
A tensão entre Ucrânia e Rússia agravou-se na última semana, após a queda do ex-presidente Viktor Ianukovich, com Moscovo a mobilizar meios militares para a Crimeia, península do Sul da Ucrânia, onde vive uma maioria russa.
Moscovo elevou para seis mil o número de soldados destacados para a península da Crimeia, de acordo com o Ministério da Defesa ucraniano.
As autoridades de Kiev acusaram hoje a Rússia de estar a mobilizar meios militares para a região, sem aviso prévio, ao contrário do que estipula o tratado bilateral sobre o estatuto da frota do Mar Negro. Nas últimas 24 horas, aterraram na Crimeia dez helicópteros russos de combate e oito aviões de transporte de tropas, segundo a contabilidade ucraniana, que alega não ter sido avisada antes.
A câmara alta do Parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia". Esta decisão surgiu um dia depois da denúncia da Ucrânia de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia.